Curitiba e MCR2030 discutem soluções tecnológicas para a resiliência urbana na competição de inovação para jovens da UNDRR
Em 16 de novembro, representantes da Prefeitura de Curitiba (Brasil) e da iniciativa Making Cities Resilient 2030 nas Américas e Caribe participaram no 3º Diálogo Online do Desafio ResilienceTech 2022.
ResilientTech é um concurso organizado pelo Escritório Regional da UNDRR para as Américas e o Caribe com o objetivo de proporcionar a jovens pesquisadores (18-35 anos), cientistas, acadêmicos e especialistas técnicos uma plataforma onde são encorajados a inovar e colaborar, integrando-os ao espaço científico e tecnológico DRR da região. O objetivo é encontrar soluções inovadoras para sistemas de alerta precoce a nível local e reduzir a divisão digital nas Américas e no Caribe através de soluções simples e inclusivas.
Através deste evento, os participantes da equipe aprenderam sobre redução do risco de desastres e resiliência (DRR+R) a nível local, bem como a experiência das cidades com a MCR2030 e suas lacunas e necessidades na implementação de sistemas de alerta precoce. O evento buscou proporcionar aos jovens participantes uma melhor compreensão da importância dos governos locais para implementar a agenda internacional de DRR+R e as soluções tecnológicas locais já em vigor.
Para isso, a Coordenadora regional da MCR2030 para as Américas e o Caribe, Adriana Campelo, apresentou a iniciativa e a natureza sistêmica tanto dos riscos quanto das cidades. Ela insistiu nos desafios atuais enfrentados pelos governos locais na implementação de sistemas de alerta precoce, já que 2 em cada 10 habitantes na América Latina vivem atualmente em assentamentos marginalizados e em zonas de alto risco (UNDRR, RAR, 2021), onde os alertas precoces muitas vezes não chegam e a capacidade de resposta apropriada pelas comunidades é baixa. Este número eleva até 4 em cada 10 habitantes no Caribe (UNDRR, RAR, 2021).
A discussão sobre o desenvolvimento, acesso e uso da tecnologia deve considerar o contexto de desigualdade e exclusão que prevalece nas Américas e no Caribe, e que tem manifestações concretas nas capacidades de uso e exploração da tecnologia. A experiência tem mostrado que as ferramentas tecnológicas têm dificuldades de assimilação se seus desenvolvedores e gestores não considerarem as particularidades culturais e as visões e conhecimentos das comunidades. Neste sentido, a promoção de tecnologias deve ser apresentada como um complemento aos sistemas de conhecimento existentes e não como um pacote exógeno que concorre com as "estruturas tecnológicas" anteriores.
Posteriormente, o Coordenador da Defesa Civil de Curitiba, Nelson Ribeiro, compartilhou as soluções inovadoras atualmente implementadas na capital do Estado do Paraná, muitas vezes a um custo baixo. Uma delas é o projeto Hipervisor Urbano, uma plataforma online para convergência e compartilhamento de dados públicos e privados, incluindo monitoramento de riscos e dados de alerta precoce. Através desta ferramenta, Curitiba pode modelar toda a cidade para realizar análises preditivas do impacto de desastres, enquanto uma inteligência artificial desencadeia uma resposta automática e antecipar as necessidades.
Nelson Riberio também destacou a importância da legislação para assegurar a continuidade do aprendizado e do conhecimento de uma administração para outra, em uma região onde a ação pública pode sofrer de grande instabilidade política. Finalmente, ele mencionou a prerrogativa da inclusão da comunidade nos sistemas de alerta precoce. Para ele, um alerta só pode ser eficaz se a população o receber, o entender e reagir de acordo. Ele pediu que soluções simples fossem projetadas para melhorar a comunicação entre os agentes da proteção civil e as comunidades durante eventos de desastres.
O evento foi moderado por Mayleen Cabral, Oficial da Parceria UNDRR ROAMC e Victor Reconco, representante da Juventude na UNDRR. EServiu como precursor da VIII Plataforma Regional para Redução de Riscos de Desastres (PR23) das Américas e do Caribe. Como a PR23 se concentrará em ciência e tecnologia, esta é uma oportunidade de fomentar a inovação para resolver os problemas atuais. A equipe vencedora do Desafio ResilienceTech 2022 terá a oportunidade de apresentar seu projeto durante a Sessão Ignite da PR23 pessoalmente.